quinta-feira, 10 de agosto de 2017

KIMI: A ARMA DA FERRARI CONTRA HAMILTON

O bom desempenho do finlandês tem ajudado Vettel



Amigos, o bom desempenho de Kimi Raikonnen nas últimas provas pode ser decisivo para o tão sonhado título da Ferrari de Vettel.

Nas últimas provas da primeira fase da temporada, Kimi voltou a ser veloz, parece bem motivado e os resultados confirmam isso. É o velho Kimi de volta, aquele da Lotus, onde fez duas excelentes temporadas em 2012 e 2013 terminando o Mundial na terceira e quinta colocações (em 2013 não disputou os 2 últimos GPs por causa de uma cirurgia nas costas, menos assim terminou 6 pontos atrás do 4º colocado) pilotando o limitado Lotus/Renault.

Kimi pode complicar a vida de Lewis Hamilton na fase decisiva do campeonato. Até agora Lewis vinha tendo uma vida fácil. Toda vez que era mais lento, seu companheiro Bottas recebia a ordem de não atacá-lo ou era obrigado a ceder-lhe a posição. Fui conferir no resultados e até agora a única vez que Hamilton terminou atrás do Bottas foi nessa da Hungria. Nas outras em que Bottas terminou na frente, sempre tinha carros entre ele e Hamilton.

Agora com o Kimi forte, na teoria, Lewis não terá somente seu companheiro entre Vettel e ele, mesmo o Bottas saindo da frente, o inglês vai ter que superar mais um carro quando estiver nos seus dias de "cabeça de avestruz".


Bottas perdeu a grande chance de marcar posição dentro do time, e de declarar guerra contra Lewis Hamilton.

Valtteri Bottas vinha fazendo tudo certo até chegar o GP da Hungria.

Impressionou já na primeira corrida quando mostrou uma rápida adaptação ao novo carro.

Foi terceiro na classificação, apenas 0.020 do tempo de Vettel e durante a prova mostrou um desempenho excelente terminando a prova somente 1.2s atrás de seu companheiro. Segundo os comentaristas Martin Brundle e Pat Symonds houve ordem para ele não atacar Lewis. Esperto, ficou de bico calado depois da prova.

Na China aconteceu aquela tragédia e no Bahrein acertadamente acatou as ordens para deixar o seu companheiro ultrapassá-lo. Mostrando que não cria problemas dentro do time. Seria burrice fazer isso na sua terceira corrida pela equipe.

No GP da Rússia calou a boca de todos os críticos com uma vitória.

Na Espanha, não foi egoísta e ajudou seu companheiro a conseguir uma vitória. Provando que sabe trabalhar para a equipe.

Na Áustria pole e outra vitória.

Tinha mostrado qualidades:

rápida adaptação,
que não cria problemas dentro do time
que é veloz,
que pode vencer,
trabalho em equipe,
força para reverter situações desfavoráveis

Um "cartão de visita" impecável, mostrando para todos os chefes de equipes que ele é um piloto de ponta que tem condições de brigar por um título mundial.

Depois disso, o passo correto seria mudar um pouco as suas atitudes e a sua relação com seu companheiro de time. A começar pela renovação de contrato. Mudar um pouco o discurso, dizer que tem interesse em permanecer na equipe, mas que esta aberto a propostas de outros times. Esse tipo de coisa. Parar de ficar de joelhos para a Mercedes. Nessa altura do campeonato já tem cacife para fazer isso. Só para marcar posição.

O final da primeira fase do campeonato seria a hora certa para ele se impor perante seu companheiro de time. Mostrar para Lewis que ele iria jogar duro e que não mais facilitaria as coisas. Avisar que está na jogada e que seu objetivo também é ganhar o título. Se Lewis quiser vencê-lo terá que lutar limpo na pista. Mas não foi isso que ele fez.

Na Hungria, numa pista onde ninguém passa, tinha garantido o seu terceiro lugar. Era só ele na hora em que recebe a ordem, fazer umas duas voltas rápidas para mostrar que tinha gás e não sair da frente. Se Lewis quer a posição que passe na pista sem ajuda. Afinal ele também está na briga pelo título.

Agora no momento em que ele cede a posição para Lewis entregando três pontos preciosos e abrindo mão de uma luta com Kimi por um eventual segundo lugar, mostrou fraqueza. Aceitou passivamente a condição de segundo piloto da equipe. Pior ainda, nem zangado ficou. Depois da prova ainda foi agradecer. Quem tinha que ter agradecido era o inglês, que foi o maior beneficiado nessa história.

Quatro dias depois caiu a ficha e tentou consertar as coisas com aquela entrevista ao Sport Bild. Disse que não quer ficar na sombra do Lewis. Que pode vencê-lo, que pode vencer Vettel na briga pelo titulo etc.

Mas a imagem que ficou é a dele entregando pontos para o Lewis. Perdeu moral.

Tinha tudo para ter encerrado a primeira fase com um resultado superior a do seu companheiro de time, mostrando-se melhor na classificação e na corrida. Uma forma de terminar essa fase do campeonato colocando uma pressão psicológica em cima do Hamilton.

Mas quem acabou ganhando foi o inglês, que classificou atrás, largou atrás e só passou porque o Bottas deixou, e mesmo assim ainda terminou como o herói dessa primeira fase do campeonato. E com a moral em alta para a segunda fase do campeonato.

Lewis foi muito inteligente em devolver a posição no GP da Hungria, com esse gesto vai fazer o finlandês "comer na sua mão o resto da temporada". Bottas é muito rápido dentro da pista, mas fora dela é muito lento.