quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SEGUNDA PARTE DO CAMPEONATO



Amigos, domingo a Formula 1 volta das férias no veloz circuito de SPA. Tem todos os ingredientes para ser uma grande corrida. Pista favorita do Kimi, Ferrari embalada com o 1 e 2 na Hungria, Mercedes querendo uma revanche para diminuir a diferença na briga pelo título e a pista veloz da Bélgica na teoria dá uma vantagem para eles. Tem tudo para ser uma ótima corrida.

Na minha análise o fato que marcou o final da primeira fase da temporada foi a posição de Valtteri Bottas dentro da equipe Mercedes. Ficou claro que ele é o segundo piloto do time e não vai brigar pelo título. Christian Horner da RBR deu um declaração dias depois, na qual dizia que se não houvesse a troca de posição no final ficaria claro para Bottas que ele é o segundo piloto. Discordo. Mesmo com a devolução da posição, para mim ficou bem claro que ele está fora da disputa pelo título.

A Mercedes já deixou bem claro que só aposta no Lewis. A única chance do Bottas é se o Lewis escorregar do teto do avião quando for fazer uma "self" e quebrar uma perna. Caso do Irvine em 1999 quando o Schumacher quebrou a dele e o time todo apostou no irlandês.

Toto Wolff continua com aquele discurso "me engana que eu gosto", dizendo que as coisas na Mercedes são diferentes, e que lá não há segundo piloto. Bullshit!, tudo papo furado.

Poderia até concordar se a coisa fosse recíproca, mas até agora o que eu vi foi somente o Hamilton sendo favorecido.

Na Hungria a equipe toda obedeceu o inglês. Quem mandou o finlandês sair da frente foi Lewis. Não foram os "dados" daqueles  jovens que ficam olhando para aquelas lindas telas de computadores no fundo dos boxes. Bullshit esse papo que "tem mais ritmo". O cara gritou pelo rádio e o outro saiu da frente. Coisa vergonhosa.

Repetindo o que eu já falei, se não acontecesse a troca de posições o clima ia azedar dentro da equipe. Mesmo o Bottas sendo um "cumpridor de ordens", ele ainda acredita (em sonho) que pode vencer o Lewis esse ano na briga pelo título.

Só que todos nós conhecemos muito bem o Lewis. Ele não é, e nunca será um homem de equipe. Lewis Hamilton arruma confusão com a própria sombra. Ano passado é o melhor exemplo disso. Nico Rosberg anunciou que estava fora da Mercedes cinco dias depois de conquistar o título, deixando caminhou livre para o inglês reinar sozinho dentro da equipe (a melhor equipe da F1 é bom lembrar). Mas ele continuo aprontando, tanto é que Toto Wolff foi obrigado a sair desesperado atrás de um piloto para substituir Rosberg, quando poderia ter feito o que a McLaren fez quando Prost saiu, colocar um Berger para deixar o Senna reinar sozinho.

*** "Não aguento mais ler o pessoal escrevendo sobre ...marcar pontos para os construtores... Campeonato de Construtores vale "picas" nenhuma. Tem o mesmo valor de uma nota de 3 reais! Ninguém tá interessado nisso...Porra!!!!***

Explicado isso. No caso do Bottas, o maior problema é que ele não é um novato. Ele é novato na equipe, mas não na Fórmula 1. Por isso eu acho que o GP da Hungria foi um divisor de águas na carreira dele dentro do time alemão. Era hora dele marcar posição, fazer xixi na roda e dizer para que veio. Fazer o que Senna fez quando mudou da Lotus para a McLaren.

A situação do Bottas é muito parecida com a do Senna. Quando o Ayrton trocou uma equipe média, a Lotus, onde ele teve possibilidades de mostrar o talento e conseguir bons resultados mas sem chances de disputar um título, pela Mclaren, onde o passo seguinte seria maior e mais difícil: brigar pelo título e vencer um piloto bi-campeão do mundo, Alain Prost. E Senna conseguiu isso no primeiro ano.

Senna sabia que tinha de bater de frente com o francês já no primeiro ano, senão iria ser engolido por ele. Alain Prost estava indo para a quinta temporada na equipe, recordista de vitórias e com dois títulos conquistados, reinava e mandava dentro do time. O Senna chegou e já foi peitando de cara, não teve respeito pelos dois títulos do Prost. O contrário do Bottas, que se mostra subserviente em relação ao Hamilton.

Quando você é um novato e chega numa equipe onde tem um piloto já consagrado, é normal você respeitar. Um novato não pode entrar numa equipe grande chutando a porta e colocando o pé na mesa (caso do Piquet na Brabham onde tinha o Lauda), você tem que chegar de mansinho e aprender, antes de "peitar".

Mas isso não se aplica ao Bottas. Ele não é um novato, como expliquei, ele é um piloto que mostrou talento em um time médio e agora entrou num time grande para brigar com um piloto tri-campeão pelo campeonato e por espaço maior dentro do time (caso parecido com o do Senna na McLaren).

Eu até entendo o Bottas sair da frente, pode estar no contrato. Ninguém leu o contrato dele, pode ter uma cláusula que diz que toda vez que a equipe mandar ele tem que sair da frente do Lewis. Se assinou tem que cumprir. Entendo o que ele fez nas primeiras corridas (Australia e Bahrain) aquilo foi respeito e gratidão ao time. A Mercedes gastou muito dinheiro para trazê-lo, deu trabalho convencer a Claire a abrir mão dele. Então ele mostrou gratidão e não arrumou confusão logo no começo. Mas agora chega. Tem título na parada!

O que eu não entendo é o seu comportamento em relação ao Lewis. Muito sorriso, muito flairplay... aquele negócio dos "olhinhos brilhando". Chegou a hora de "falar grosso" com o companheiro, como o Senna fez.

Tudo bem sair da frente, mas depois...não fica feliz,...joga as luvas, chuta o pneu, mostra desgosto... etc.

Lewis apanhou de seu companheiro ano passado e se apanhar novamente esse ano, a equipe já começa a olhar diferente para ele. Acabou o #mito. É igual ao Ceni do São Paulo. É #mito enquanto ganha, perdeu três seguidas...acabou o negócio de #mito!

Esse ano é tudo ou nada para o Bottas. Destrói o Lewis e ganha espaço no time ou ano que vem vai ser segundo piloto porque os anos de supremacia da Mercedes acabaram e agora a luta é feroz com a Ferrari e o time não pode se dar ao luxo de ter dois primeiros pilotos.

O Bottas precisa acordar ou o bonde passa e ele fica...